quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Moda
A moda é um conceito estranhíssimo!
Alguém decide que agora se deve usar a roupa X ou Y, a cor W ou Z e todos passam a vestir-se de igual ou, numa versão menos radical, passam todos a vestir-se dentro de uma mesma corrente.
Onde estará a origem deste estranho comportamento?
Será que isto decorre do tribal ismo inicial quando o homem sentia necessidade de pertencer e de se identificar com o grupo ou clã, para se sentir protegido e poder sobreviver? Nessa altura compreendia-se que para evidenciar uma maior coesão, se vestissem todos de igual e se pintassem da mesma cor!
Mas nos dias de hoje? A necessidade de sobrevivência e de proteção do clã já não corre esse tipo de riscos e, portanto não deve ser por isso.
Será que uma falta de gosto generalizada, resultante de deficiente sensibilidade e educação estética, leva uma certa maioria a adotar os padrões de uma minoria pseudo-iluminada? Também não me convence esta!
Será então unicamente uma vontade de variar? O resultado de nos cansarmos freqüentemente da nossa aparência e procurarmos estereótipos que nos alimentem ilusões de mudança e renovação?
Se assim fosse a moda não se repetiria ciclicamente como acontece e, além disso, também não seria aceitar a padronização generalizada que anula a individualidade.
Não sei, é um mistério... Mas continuando: Nos homens o conceito de moda é sempre mais comedido (vá lá!!). As gravatas vão alargando ou estreitando, os colarinhos mais redondos ou mais bicudos, mais abertos ou mais fechados, os casacos com uns botões a mais ou a menos, as pernas das calças estreitando ou alargando, mas nada que não seja fácil dar a volta sem grande dispêndio.
Mas as mulheres..., meu Deus, são vitimas trágicas da moda! De um ano para o outro são capazes de ter que mudar o guarda roupa inteiro, se a mudança de moda nesse ano for demasiado radical.
Pergunto-me se este conceito de moda não terá sido inventado pelo sexo masculino para, mantendo a mulher ocupada, conseguir refrear, ou pelo menos atrasar, o crescendo de dominância que a mulher está a ter nas sociedades de hoje. Enquanto elas desperdiçam tempo e energia na complexa azáfama das compras, eles vão tendo algum tempo extra para queimarem os últimos cartuxos da preponderância masculina na sociedade.
Tenho uma grande curiosidade em saber quem, na realidade, define a moda. Que personagem fantástica é capaz de decidir uma tendência e pôr o mundo inteiro a vestir-se de acordo com as regras por si determinadas. Vejo essa personagem ditatorial como uma nova versão de Hitler, mas neste caso, um Hitler orientado para futilidades e não para a política e para a guerra (pensando melhor, não existem maiores futilidades que a guerra e a política).
Se analisarmos bem esta questão este personagem é potencialmente bastante mais perigoso que o patológico fascista, uma vez que este convenceu apenas um país e um povo, enquanto que o nosso “guru da moda” consegue convencer e levar o mundo inteiro atrás, independentemente de raça ou de credo, conseguindo até que pessoas com alguma inteligência e bom senso se vistam de forma completamente ridícula. Se acham que estou a exagerar, lembrem-se do que aconteceu nos anos oitenta, com roupas e penteados que iam do ridículo ao inconcebível.Enfim... não sei onde surge este conceito, mas é uma pena que as “modas” que vão surgindo estejam mais orientadas para roupas e outras futilidades várias, do que para fins mais úteis e nobres como, por exemplo, ajudar os verdadeiramente carenciados.
Já imaginaram se a moda fosse agora ajudar o próximo?
Se assim fosse, e se gastássemos nesse objetivo apenas um décimo do que se gasta na dita “moda”, garantidamente conseguiríamos reduzir, de uma forma significativa, o sofrimento no mundo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário